Rio terá força-tarefa para preservar Copacabana
terça-feira, 3 de julho de 2012Não basta chegar ao topo, é preciso esforço para manter o inédito título. Por isso as ações de preservação da paisagem do Rio, valorizada pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade, serão alvo de um plano conjunto do Estado, Município e governo federal. As medidas serão divulgadas até o fim do mês.
O estado promete investir R$ 2,15 bilhões na despoluição da Baía de Guanabara e de sete praias: Copacabana, Urca, São Conrado, Leblon, Ipanema, Urca, Leme e da Bica, na Ilha do Governador.
“Vamos elaborar um plano de gerenciamento, que deverá estar pronto ainda no final de julho. A partir daí, ele já entra em prática”, garante o secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Osório. Para conseguir o título, as três esferas de governo tiveram que se comprometer com a conservação da paisagem carioca. Pela primeira vez, o conjunto de toda uma cidade — e não apenas um sítio histórico — foi premiado com o título.
Irão fazer parte deste relatório a entrada da Baía de Guanabara, Enseada de Botafogo, Pão de Açúcar, Corcovado, Floresta da Tijuca, Aterro e Parque do Flamengo, Jardim Botânico, Praia e Forte de Copacabana, Morro e Forte do Leme, Arpoador, Pedra da Gávea, Jardim Botânico e Passeio Público.
O anúncio da Unesco já beneficiou Copa. O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, anunciou a inclusão da orla do calçadão mais famoso do mundo na segunda leva de obras do Programa Sena (de seis) Limpa, com investimentos de R$ 150 milhões para praias do Rio. “A ideia é ter Copacabana livre de esgoto em 60 meses. Já a Baía tem previsão de seis anos para despoluição”, disse Minc.
Desordem macula alguns ícones da paisagem carioca
Linda, mas não perfeita. Na lista de ícones da cidade apresentada na candidatura à Unesco, há áreas que ainda sofrem com desordem e ocupação irregular.
Quem frequenta o Passeio Público conta que o local está melhor, mas há queixas sobre o entorno. Ontem, havia bicicletas de transporte de carga presas à grade. “Muita coisa já melhorou, mas ainda há drogados, mendigos e criminosos andando por aqui. A coisa tem que ser perfeita, não mais ou menos”, cobra o guarda-vidas João Borges, 29.
Ao redor da Floresta da Tijuca, o desafio é controlar a construção de casas em áreas de preservação, como na comunidade Tijuaçú, no Alto da Boa Vista. Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) as vistorias serão intensificadas lá.
Lucros à vista para o setor turístico
A expectativa é que título atraia mais visitantes e produza novos empregos. O título inédito da Unesco pode ser traduzido em lucros para quem vive do turismo na cidade. Essa é a expectativa dos setores de hotéis e bares.
Dono do Bar David, no Morro Chapéu Mangueira, está empolgado. “A ideia é ter mais estrutura para dar mais conforto para o cliente. Com isso, conseguiremos também melhorar a vida dos nossos funcionários e elevar nosso padrão de vida”, planeja. A comunidade oferece vista privilegiada de quatro pontos usados pelo Iphan para convencer os jurados: o Morro do Leme, as praias de Copacabana e Botafogo e o Aterro do Flamengo.
Fonte: O Dia