Espetáculo em Copacabana encanta e emociona turistas do mundo todo
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012O branco nas roupas dos milhões de pessoas que festejaram a chegada do ano novo na Praia de guia Copacabana e nas lajes nas favelas mostrou, nos primeiros momentos de 2012, o clima de paz que a cidade sempre desejou.
Pacificadas, as comunidades da Zona Sul e o asfalto confraternizaram unidos, esperançosos de que a paz dure por todo o ano.
Na festa em Copacabana, que, segundo a Polícia Militar, reuniu 2 milhões de pessoas, a chuva que caiu no início da noite assustou um pouco o público. Mas, por volta das 23h30m, São Pedro deu um alívio e garantiu o sucesso do show de fogos. Milhares de pessoas que tinham deixado o calçadão retornaram para a praia.
A celebração foi considerada a maior festa de réveillon do mundo pela associação de turismo World Travel Guild.
O representante da associação Ian Erix entregou o prêmio, dedicado ao Rio e à empresa SRCOM, que produz o réveillon pelo quinto ano consecutivo, no início da noite ao presidente da Riotur, Antônio Pedro Figueira, no palco Sol. Ao todo, foram 16 minutos e 32 segundos de queima de fogos, com 22 mil bombas de quatro a 14 polegadas.
– Vim de Nova York. Já fui a Ásia, Europa e Austrália, mas ninguém faz uma festa de réveillon como o Rio – disse Erix.
Ao todo, 17 balsas foram usadas para a detonação de fogos nas festas da virada em vários pontos do Rio. Na Zona Sul, além de Copacabana, houve três no Flamengo. Em Icaraí, em Niterói, na Região Metropolitana, o espetáculo de fogos foi feito por três embarcações.
O público ficou encantado com o show pirotécnico de Copacabana. Quando começou a música “All we need is love”, dos Beatles, muitos casais se abraçaram, sendo inspirados pelo queima de fogos.
O casal cearense Maria de Jesus e Severino de Farias, comerciantes, achou lindo a festa de Ano Novo na praia. É a terceira que comemoram a passagem ano na cidade do Rio.
– Valeu muito à pena ter vindo passar mais um Ano Novo no Rio. Os efeitos dos fogos são incríveis e adorei um efeito de chuva, que acho que é novidade. Nunca tinha visto este antes – comemorou Maria de Jesus.
O estudante austríaco Renah Schmie veio fazer um intercâmbio em São Paulo mas decidiu passar o Ano Novo em Copacabana. Ele disse estar encantado com a alegria do carioca que, para ele, é o povo mais feliz do mundo e que tem o réveillon mais animado. Shmie afirma ter adorado o clima de paz da festa e prometeu tentar vir outras vezes.
Moradora de Caxias, a aposentada Natália Marques disse que é o terceiro ano seguido que passa em Copacabana. Ela achou que a festa seria abafada pela ininterrupta chuva.
– Assim que os fogos explodiram no céu, a sensação que eu tive foi que as pessoas esqueceram o desconforto da água. Os efeitos dos fogos foram sensacionais e a música contagiante – conta Maria.
Os indícios de que Copacabana lotaria já podiam ser observados às 19h quando ainda não havia começado a chover. Em frente ao Palco Sol, na altura do Hotel Copacabana Palace, a multidão já tomava o calçadão e a areia. A chuva veio e fez a alegria dos camelôs que conseguiram driblar o choque de ordem e vendiam capas a R$ 5, mas não desaninou a multidão. No palco, Beth Carvalho e o Rappa ajudaram a manter o clima.
O casal de namorados Gabriel Almeida e Daniela Mesquita, ambos de 18 anos e moradores da Barra, disseram que a chuva não atrapalhava seus planos. Eles querem acompanhar o show do DJ francês David Guetta, no calçadão ou na areia.
– De forma alguma essa chuva vai atrapalhar minha festa, só estou tomando coragem para ir para o calçadão. Com certeza, na hora da virada, estarei ao ar livre, sem me importar com a chuva – disse Gabriel, enquanto se abrigava no posto próximo ao hotel Sofitel
Moradora de Mesquita na Baixada fluminense, Lucia Regina Coelho, de 44 anos, veio equipada com guarda-chuva, capa e casaco para aguentar o vento até a hora da virada.
– Cheguei às 16h e não saio daqui nem para ir ao banheiro. Ainda mais que vai ter Latino – disse Lucia Regina, que estava acompanhada de outros cinco parentes.
Um grupo de Montes Claros, em Minas Gerais, não se abalou por conta do mau tempo.
– É sensacional o réveillon do Rio. É um carnaval. Tem todo tipo de gente, fora as atrações e a que eu mais quero ver é a banda O Rappa – contou o estudante de engenharia Pedro Henrique Pimenta, de 20 anos, que carregava sua própria bebida para aguentar a noite toda.
As estudantes Ana Carolina Oliveira e Débora Cardoso, de 18 anos, moradoras da Barra, saíram de casa por volta das 18h para curtir os shows na praia de Copacabana.
As duas são fãs do DJ David Guetta e estão preparadas para dançar até o amanhecer. A única reclamação das jovens é com relação à limpeza dos banheiros químicos – queixa também da maioria dos que estão na fila para usar os sanitários na altura do Posto 4.
Até as 22h30, a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil (SMSDC) realizou 237 atendimentos nos sete postos médicos montados na orla de Copacabana. Duas pessoas precisaram ser removidas para unidades municipais, sendo que uma delas é um homem com intoxicação alcoólica e agitação psicomotora que foi transferido para o Instituto Municipal Philippe Pinel, em Botafogo.
No Posto Médico 6, instalado em frente à Rua Barão de Ipanema, registrou, até à 1h15m, 65 atendimentos. Segundo um atendente, que pediu para não ser identificado, em um desses casos, foi necessário remover a pessoa para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, mas não foi informado o motivo. Em dez minutos, duas pessoas chegaram desmaiadas, trazidas por maqueiros, aparentemente por excesso de bebida alcoólica.
Na Rocinha, ocupada desde novembro, a comunidade pode finalmente festejar a virada do ano em paz. De uma laje da Via Ápia a moradora Maria José Barbosa não parava de aplaudir a chegada de um novo ano em paz. Nas vizinhanças, dezenas de pessoas ignoram a chuva e também esperavam nas lajes a queima de fogos de São Conrado
—- Finalmente estou recebendo os amigos e familiares pela primeira vez na minha casa. Daqui temos uma vista privilegiada dos fogos de São Conrado — disse Maria José.
A chuva atrapalhou um pouco o bailão, que teve pela primeira vez alvará e autorização da prefeitura. Mesmo assim, a Via Ápia foi um exemplo de animação. Moradora da Barra da Tijuca, Bruna Lima levou a família toda para a comunidade.
— Resolvi inovar. Passar o réveillon neste bailão da Rocinha foi a forma de apoiar a pacificação. Estou adorando — disse Bruna.
Já na laje de Carlinhos Baiano, próxima à Rua 1, as carnes para o churrasco, as bebidas e os petiscos faziam o deleite de turistas.
— Temos aqui turistas de vários países, entre eles Itália e França. — contou Baiano, todo orgulhoso.
O austríaco Johannes Poppler, de 26 anos, observava tudo com extrema atenção.
— Eu queria ter uma experiência mais autêntica e ver como as pessoas celebram o ano novo nas comunidades — disse o austríaco.
No Pavão-Pavãozinho, onde a UPP está presente desde dezembro de 2009, nem a chuva acabou com a animação de um grupo de cerca de 30 brasileiros e turistas que subiram o morro em bloco. Eles foram para uma laje e, com tamborins, agitaram a comunidade.
Entre os que seguiram para o réveillon do Pavão-Pavãozinho, estava o fisioterapeuta Fábio Caruzo, que levou três amigos:
— Daqui, temos visão privilegiada da queima de fogos, pessoas legais, e comida de boa. Melhor é impossível.
Na Avenida Altântica, a multidão pulou, cantou e vibrou.
—- Este réveillon no o Rio é sensacional, com gente feliz e de todo o tipo — vibrava o estudante de engenharia Pedro Henrique Pimenta, de 20 anos, que veio de Montes Claros (MG) e já planeja o réveillon de 2012 em uma favela pacificada.
Na Lagoa, a chuva deu uma pequena trégua para que os fogos pudessem colorir o céu no momento da virada por cerca de dez minutos. O público, que era pequeno por conta da chuva, praticamente dobrou nos minutos que antecederam a virada do ano.
Fogos com formas variadas arrancaram suspiros e aplausos dos que assistiam ao espetáculo. Por trás dos morros era possível observar o colorido dos fogos de Copacabana.
A analista de sistemas Simone Bucker e o consultor de sistemas Marcelo Tralhão trouxeram os filhos Beatriz, de 12 anos, e Gustavo, de 8 anos, para assistir à queima de fogos pelo segundo ano consecutivo.
– Este espetáculo foi o mais belo de todos. Gostamos muito – disse Simone.
O advogado Carlos Antonio Barbosa veio pela primeira vez assistir à queima de fogos na Lagoa e aprovou:
– A festa da virada surpreendeu minhas expectativas.
Fonte: Portal D24am
Mais notícias sobre Copacabana:
- Bares de Copacabana e Ipanema estão na lista dos mais sujos do Rio
- Incêndio em loja paralisa Copacabana
- Mostra Atlântico Contemporâneo vai até 16 de novembro em Copacabana
- Homenagem na Praia de Copacabana lembra as últimas vítimas da violência no Rio
- Prefeitura do Rio realizou fiscalização em Copacabana